já nada no peito deles pede água.
Escuta, por isso, os novos rumores que trouxe para ti.
O poeta é um fingidor.
Basta de palavras como pássaro, orvalho ou madrugada
basta de cartas de amor. Sobretudo as ridículas.
Basta do sal que são lágrimas de Portugal
e da vontade que nos ata ao leme.
Nem bússola nem âncora.
Pintemos com os tons fortes do cianeto.
E já te disse: os poetas estão gastos.
Trata-os como a fedelhos
vai-lhes ao cu, dá-lhes conselhos
manda-os apanhar chuva oblíqua.
Que saiam e vão ver soprar
uuuuh o vento lá fora.
com mulher e mar ao fundo.
Põe Chernobyl.
Entretemo-nos depois a recolher os pedaços do mundo.
Escuta, por isso, os novos rumores que trouxe para ti:
São feitos das palavras rudes que conheço
O poeta que há em mim é movediço
Fora disso, sou burgesso
Poema: Mosaico - João Habitualmente
Outros poemas de João Habitualmente: (1 2 3)
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Mais uma performance poética na sala polivalente do CCC, em Torres Vedras, promovida pelos agora denominados EGO WHIST, desta vez com o virtuoso guitarrista RUBEN MONTEIRO.
Actuação enquadrada no CICLO TRADICIONAIS E AFECTUOSOS, uma parceria entre a LIVRODODIA e a COOPERATIVA DE COMUNICAÇÃO E CULTURA.
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